segunda-feira, 21 de novembro de 2011

MEC não tem controle sobre criação de cursos, diz professor da USP

Após o anúncio de que pelo menos 37% das instituições de ensino superior avaliadas pelo Ministério da Educação (MEC) teve desempenho insatisfatório no Índice Geral de Cursos (IGC), divulgado esta semana, o professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) Romualdo Portela de Oliveira afirmou que o resultado é fruto da falta de controle na criação de novos cursos. "Ao garantir autonomia às universidades na criação de vagas, o MEC se sujeita a pressões políticas, porque depois que os cursos são criados, é muito mais difícil fechá-los", disse o especialista em avaliação do ensino em entrevista ao Terra. De acordo com a portaria 5773/2006 do MEC, as instituições de ensino designadas como faculdades precisam de autorização prévia do MEC para oferecer novos cursos. No entanto, as universidades e centros universitários não necessitam desta avaliação, tendo autonomia para criar vagas. O controle da qualidade do novo curso, neste caso, só é feita quando a primeira turma de alunos chega à metade do curso.

Segundo o professor, mesmo nas faculdades - onde há controle na criação de vagas - o mecanismo ainda é ineficiente. "O maior problema é que, depois de criados esses cursos, as instituições de baixa qualidade utilizam do seu poder político, da sua capacidade de fazer lobby junto ao MEC, ao Legislativo ao Conselho de Educação para que eles continuem operando", critica o professor. Para Oliveira, a medida anunciada pelo governo de cortar 50 mil vagas em instituições que tiveram baixo desempenho é positiva, mas ainda é tímida. "Não adianta apenas cortar algumas vagas e não fazer nada diante da criação de muitos cursos pelo País", critica. A Universidade Presidente Antônio Carlos (Unipac), de Minas Gerais, é exemplo de instituição que conseguiu abrir cursos sem restrições do governo, mas que agora apresenta baixo desempenho em algumas áreas. O curso de Medicina do campus de Araguari tirou conceito um - o mais baixo no Conceito Preliminar de Cursos (CPC) divulgado ontem. A instituição, que oferece 50 vagas de Medicina, terá um corte de 10 vagas a partir do
próximo semestre por causa da baixa qualidade.
Segundo o diretor do curso, José Orlean da Costa, a universidade vai pressionar o MEC para que revise a decisão. "Nós tivemos vários problemas aqui, de infraestrutura, de desorganização pedagógica, mas foi na administração anterior. Quando assumi a faculdade conseguimos melhorar. Essa semana mesmo, os avaliadores do MEC estiveram aqui e comprovamos que superamos o problema", diz o diretor, que foi conduzido ao cargo em 2010 pela reitoria da instituição particular. Costa explica que entre os principais problemas apontados pelo MEC estão a falta de aulas práticas, um currículo que não é voltado para as especialidades médicas, além da desorganização administrativa. Mesmo assim, o curso, criado há sete anos, poderá oferecer 40 vagas no próximo semestre. Para o professor da USP, esse caso demonstra os problemas do sistema de controle de qualidade do MEC. "Antigamente o controle era feito na autorização dos cursos. Hoje, com o corte de apenas algumas vagas, o controle é muito ineficiente", afirma.

Preocupação com os lucros - O professor da USP diz ainda que o enfoque "mercadológico" de boa parte das instituições privadas também colabora para o baixo desempenho. "Muitas faculdades se preocupam somente com o lucro, em ter o maior número de alunos. Baixam os preços das mensalidades e baixam a qualidade dos cursos também. Assim, o nível do ensino cai muito, pois todas concorrem neste padrão", afirma. Ele alerta ainda os estudantes que, antes de se inscreverem num curso, procurem informações sobre a instituição de ensino. "O baixo desempenho na avaliação do MEC já é um importante indicador da qualidade. É preciso se preocupar com o corpo docente, com o projeto pedagógico, com a estrutura, se não o estudante corre o risco de pagar por um curso que não será reconhecido", completa.

Melhor universidade do País aposta em vestibular concorrido e professores qualificados - Enquanto algumas instituições correm o risco de perder vagas por causa do baixo desempenho
na avaliação do MEC, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) comemora a melhor posição entre todas as universidades do País. Para o coordenador-geral da instituição, Edgar Salvadori de Decca, o "segredo" para o sucesso é a combinação de três fatores: selecionar os melhores alunos em um vestibular com alto nível de exigência, possuir professores qualificados e investir em infraestrutura para a pesquisa. Essa é a primeira vez que a Unicamp participa da avaliação do MEC. Segundo o coordenador-geral, o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) avançou nos últimos anos. "Contestávamos, por exemplo, o fato de os alunos que fariam a prova serem escolhidos por sorteio. O MEC mudou isso e hoje a participação é universal. Também conseguimos incluir a presença in loco dos avaliadores, o que é importante para garantir a qualidade da avaliação", explica. A Universidade de São Paulo (USP), melhor colocada entre as brasileiras em rankings internacionais, não participa do Enade. Para Decca, ainda falta muito para consolidar o processo de controle de qualidade das instituições de ensino superior, mas ele defende que esse o caminho é longo. "Não vamos conseguir recuperar a qualidade de um curso de um ano para o outro. É preciso um esforço muito grande", completa.

Resultados - Do total de 1.826 instituições de ensino que receberam conceito na classificação do MEC que mede a qualidade do ensino superior no País, 683 tiveram notas um e dois, consideradas insatisfatórias. O montante corresponde a cerca de 37% das instituições avaliadas. Os dados do IGC, publicados na quinta-feira no Diário Oficial da União, levam em conta a nota dos alunos no Enade e outros indicadores como a infraestrutura e a qualificação dos docentes. Das instituições que receberam o conceito mais baixo - um - sete são privadas e duas são públicas. Do total de 674 instituições que receberam conceito 2, 633 são privadas e 41 são públicas. A classificação aponta ainda que apenas 27 instituições tiveram a nota máxima - cinco -, sendo que 16 delas são públicas e as outras 11 são privadas.



Fonte: Terra Educação, 19/11/2011

sábado, 19 de novembro de 2011

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Concurso da Universidade Estadual da Paraíba

A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), lançou edital de concurso público de Provas e Títulos, para o preenchimento de vagas existentes no quadro efetivo de docentes da Instituição. Estão sendo oferecidas 230 vagas para Professor Doutor e Mestre, em diversas áreas, que serão distribuídas entre os 08 Câmpus da UEPB, a saber: Campina Grande, Lagoa Seca, Guarabira, Catolé do Rocha, João Pessoa, Monteiro, Patos e Araruna.
A remuneração inicial vai de R$ 2.333,91, para professor Mestre em regime T-20, podendo chegar a R$ 8.577,13 para professor Doutor com dedicação exclusiva. 
Reserva-se o percentual de 20% do total de vagas, nas áreas com previsão de número de  vagas igual ou superior a 5, às pessoas portadoras de deficiência que, no momento da inscrição no concurso, declarem tal condição e, cujas deficiências sejam compatíveis com o exercício do cargo a que concorrem.
Os candidatos deverão ficar atentos ao período de inscrição que seguirá dois calendários distintos: o primeiro inscreve até o dia 28 de novembro de 2011; já o segundo calendário inscreverá a partir do dia 30 deste mês e prosseguirá até o dia 17 de dezembro de 2011.
As inscrições poderão ser realizadas por via postal, pelos Correios, SEDEX, com Aviso de Recebimento (AR), endereçadas à Comissão do Concurso Público para Docente da UEPB, localizada na Rua Baraúnas, 351, 3º andar, Bairro Universitário, Campina Grande-PB. Vale lembrar que a data de postagem deverá estar de acordo com o período estabelecido para as respectivas inscrições.
Também poderão ser efetuadas inscrições no Protocolo Central da UEPB, de segunda a sexta-feira, em envelope lacrado e etiquetado com os dados do remetente, à semelhança do envio postal endereçado à Comissão do Concurso.
A taxa de inscrição custará R$ 150,00.
Assim como o período de inscrição, as provas escrita e oral e o exame de títulos também obedecerão dois calendários e ocorrerão entre os dias 10 de dezembro de 2011 e 22 de janeiro de 2012, em locais e horários a serem divulgados.
O Concurso terá validade de 02 anos, a contar da homologação dos resultados, podendo ser prorrogado por igual período, e a nomeação se dará de conformidade com a ordem de classificação.

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ENTREVISTA EM RÁDIO

Amanhã, 16/11/2011, a Profª Luz Santos concederá entrevista ao radialista Roberto Souza, na Rádio Universitária FM, 99.1, às 7h, falando sobre empreendimentos colaborativos e ações de formação continuada.
Não percam!!!