terça-feira, 24 de maio de 2011

UFPB sedia seminário sobre Segurança

Evento acontece nesta sexta-feira (27) e sábado (28), no auditório da Reitoria da UFPB, Campus de João Pessoa
O Gabinete do Deputado Federal Luiz Couto se uniu ao Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Centro de Referência em Direitos Humanos da UFPB e a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados para realizar o I Seminário Paraibano sobre Segurança Pública, Proteção de Direitos e Participação Social.

O evento que acontece nos dias 27 e 28 deste mês, no Auditório da Reitoria da UFPB, Campus de João Pessoa, prevê a participação do Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e do deputado federal Alessandro Molon, membro da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania e da Comissão de Segurança e Combate ao Crime Organizado.

O que preocupa os organizadores do seminário é o desenfreado aumento no número de mortes violentas, principalmente de jovens, mulheres e homossexuais que tem vitimado uma parcela considerável da sociedade e alertado os Governos e entidades comprometidas com os direitos humanos (civis, políticos, sociais, econômicos, culturais, ambientais) no sentido de se construir caminhos que levem à mudança desse quadro na Paraíba.

O objetivo é promover o debate e articulação entre os Movimentos Sociais, a Academia, os representantes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e o Ministério Público, na perspectiva de construir proposições para o enfrentamento da violência e da criminalidade, além de possibilitar o diálogo fraterno e transparente entre a população e as instituições envolvidas e responsáveis pela Segurança Pública em nosso Estado.

De acordo com um dos coordenadores do I Seminário Paraibano de Segurança Pública, Proteção de Direitos e Participação Social, professor Paulo Moura, outro objetivo é apresentar propostas que possam interferir na construção de Políticas Públicas de Segurança tanto na esfera estadual como municipal e nacional.

Ele adiantou que serão promovidos sete grupos de trabalhos: Sistema de Justiça Criminal e Controle Social;Crime Organizado e Tráfico de PessoasJuventude e o Mapa da Violência 2011Gênero e LGBT; Mídia e Segurança PúblicaQuestão Agrária e Violência no CampoSistema Penitenciário e a Proteção de Direitos.

As inscrições podem ser feitas através do SITE: www.segurancapublica2011.com.

Mais informações a respeito do assunto podem ser obtidas no Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos (NCDH) da UFPB. Telefone; (83) 3216-7468.

Fonte: Boletim de Notícias UFPB

quarta-feira, 18 de maio de 2011

plástico "verde" do Brasil

 

Cada vez mais, são desenvolvidas variedades de plástico feitas de matéria-prima renovável. No Brasil, o aproveitamento de sobras vegetais da indústria canavieira pode gerar uma produção sustentável.

 
Quase já não é possível imaginar o nosso mundo sem plástico. Até mesmo quando se trata de conservação ambiental, essa espécie de "matéria-prima da vida moderna" também possui um papel importante. Por motivos bastante óbvios: o plástico convencional provém, em sua maioria, do petróleo.
De todos os estoques mundiais do óleo bruto, cerca de 4% são destinadas à fabricação do produto. Durante o processo industrial, são liberados na atmosfera seis quilos de CO2 para cada quilograma de plástico produzido. Considerando ainda o ritmo acelerado com o qual as reservas naturais de petróleo estão se extinguindo, logo se conclui o porquê das alternativas sustentáveis ao plástico terem sido tão bem-sucedidas nos últimos anos – especialmente na indústria de embalagens. 
O plástico "verde" – ou o bioplástico – é composto geralmente por plantas como a cana-de-açúcar, o trigo, o milho ou a batata, mas também por óleo vegetal. Dificilmente pode-se encontrar algum produto doméstico para o qual ainda não haja ou esteja sendo desenvolvida uma alternativa em bioplástico. As aplicações do material incluem desde estruturas para celular e talheres descartáveis até sacolas de supermercado e vasos de flores, passando por sapatos e fraldas.
Bagaço da cana-de-açúcar é matéria-prima para o plástico ecológicoBagaço da cana-de-açúcar é matéria-prima para o plástico ecológicoPara os especialistas, esse é apenas um elemento da crescente demanda por produtos sustentáveis, causada pela explosão no mercado de alimentos orgânicos nos últimos anos. "Hoje é bem melhor ter uma imagem 'ecológica' do que uma convencional. E as empresas tiram proveito disso", analisa Norbert Voell, representante da Duales System GmbH – sociedade responsável pelo Ponto Verde, sistema de reciclagem de lixo na Alemanha. "Evidentemente, é melhor saber que os legumes orgânicos que se compra no supermercado vêm embalados de forma ecológica do que no saco plástico convencional".
Grandes negócios
A tendência despertou reação também nas empresas responsáveis pelo produto tradicional, feito de petróleo – além de um investimento multimilionário em pesquisas e métodos de produção "verdes". O grupo de gigantes globais desse ramo inclui, entre outros, a corporação agrícola estadunidense Cargill, a empresa italiana Novamont e a companhia química alemã BASF.
Materiais plásticos biodegradáveis como o poliactide, derivado de milho, já estão em uso em algumas das maiores redes de supermercados e multinacionais da indústria alimentícia, tais quais o Wal-Mart ou a Coca-Cola.
O plástico "verde" é responsável ainda por grandes negócios em solo brasileiro. No país, líder mundial na produção de açúcar, a empresa petroquímica Braskem utiliza a crescente indústria nacional de etanol canavieiro para produzir o bioplástico.
Do bagaço ao ecologicamente correto
No entanto, questionamentos foram levantados quanto à nova alternativa. Um deles discute se a sua produção não irá promover o desmatamento ou estancar as plantações de alimentos, assim como supostamente teria acontecido com o biocombustível. "Os argumentos apresentados quando se trata de bioplástico são parecidos com os relativos ao óleo de dendê", aponta Voell, se referindo ao sul da Ásia, onde enormes áreas florestais são erradicadas a cada ano para dar lugar a lucrativas lavouras de palmas.
A fim de reagir às críticas, pequenos projetos procuram sair do padrão e, ainda assim, integrar a explosão da indústria canavieira. Um deles, concebido numa parceria entre Brasil e Alemanha, no Senai Climatec de Salvador (BA), produz plástico a partir dos restos da cana-de-açúcar, que são descartados pelas fábricas de etanol da região.
Os chamados "bagaços" costumam ser queimados, resultando em grandes emissões de dióxido de carbono na atmosfera. O objetivo é transformar o produto reciclado no futuro plástico convencional e, com isso, sobrepor outro grande setor econômico do país: a indústria automotiva.
Plástico Plástico "verde" é especialmente bom para embalagensMercado ainda pequeno
O avanço comercial do plástico "verde" parece inevitável. Todavia, até o momento, a variante ecológica representa apenas um percentual menor do que 1% no mercado global de plástico. E a associação industrial Plásticos Europeus acredita que o montante não deve crescer mais do que 5 a 10% nos próximos anos.
"A questão está nos altos custos de produção, mas também no fato do bioplástico ser pior em termos de manipulação e tratamento termomecânico em comparação com o material tradicional", afirma Michael Niaounakis, especialista em polímeros do Instituto Europeu de Patentes de Haia.
Menos dióxido de carbono?
Petróleo pode ser substituído por outros orgânicos Petróleo pode ser substituído por outros orgânicosAinda assim, os especialistas veem um verdadeiro potencial no bioplástico para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e, com isso, adiar as mudanças climáticas. O produto "verde" subjuga o convencional por demandar menos energia em sua produção e por ser livre de toxinas. Mas, a princípio, são necessários mais estudos científicos para se comprovar o quão sustentável, de fato, é o bioplástico.
"O fato de ele ser feito com matéria-prima renovável não o faz automaticamente melhor para o meio ambiente", ressalva Gerhard Kotschik da Agência Federal do Meio Ambiente na Alemanha. "É preciso considerar todo o ciclo de produção. Para, só então, dizer se o bioplástico é mais ecologicamente correto do que o feito de petróleo".
Com a reciclagem do bagaço da cana-de-açúcar, contudo, os produtores de plástico de Salvador, na Bahia, oferecem uma primeira resposta positiva.
Autora: Sonia Phalnikar (mdm)
Revisão: Roselaine Wandscheer

terça-feira, 17 de maio de 2011

Unisul - Energia limpa em livro e e-book

Projeto JELARE lança publicação eletrônica com resultados de dois anos de pesquisa sobre
energia limpa na América Latina. Resultado de dois anos de pesquisa em diversos países, já
está disponível, impresso e para download, o livro Necessidades do mercado de energia
renovável: uma perspectiva da Europa e da América Latina.
     
  A obra é o relatório completo do trabalho desenvolvido pelo Projeto JELARE para levantar as
necessidades e a utilização de energia renovável nos países que participam desse programa,
que reúne universidades da Alemanha, Letônia, Bolívia, Brasil, Chile e Guatemala com o
objetivo de fomentar novas abordagens na educação e pesquisa, no domínio das energias
renováveis orientadas para o mercado de trabalho, nas instituições de ensino superior da
Europa e da América Latina.

 Organizado pelos professores José Baltazar Salgueirinho Osório de Andrade Guerra e
Youssef Ahmad Youssef , ambos da Unisu) e coordenadores no Brasil do projeto, o livro cobre
não apenas os resultados da pesquisa realizada em cada país membro do consórcio, mas
também apresenta uma comparação transnacional de todos os resultados e uma visão geral
sobre a situação da energia renovável em cada país parceiro.

Informações bibliográficas:
Necessidades do mercado de energia renovável: uma perspectiva da Europa e da América
Latina.
José Baltazar Salgueirinho Osório de Andrade Guerra, Youssef Ahmad Youssef organizadores
– Palhoça: Ed. Unisul, 2010, 286 p., 21 cm.
ISBN 978-85-86870-48-X
Bibliografia: pp. 279-285
Download do livro:
http://www.jelare-project.eu/Downloads/
JELARE-Renewable-Energies-Market-Needs-Book.pdf
Site do JELARE:
http://www.jelare-project.eu
Assessoria de Imprensa -  Divulgação Científica
Unisul – Universidade do Sul de Santa Catarina

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Formação Superior e Empregabilidade

Formação Superior e Empregabilidade

Dos mais de 31 milhões de jovens brasileiros, cerca de 5 milhões ingressam hoje na educação
superior. E a qualidade dessa formação é regulada pelo Ministério da Educação por meio de
processos de avaliação dos cursos (titulação dos professores, base física e tecnologia
adequadas para a oferta e organização e atualização das disciplinas) e do desempenho dos
alunos.      

Entre os aspectos avaliados também se destaca o desempenho dos egressos do curso no
mundo do trabalho, medido sobretudo pelas atividades assumidas pelo profissional e pela
inserção dele em cargos estratégicos e de liderança. E tudo isso indica, aos gestores da
educação superior, a excelência da formação.

Isso porque não é somente o mercado de trabalho que se modifica com as transformações
decorrentes da internacionalização do capital e da globalização da economia. Com ele também
mudam o perfil do trabalhador e as relações de trabalho. Por isso é cada vez mais raro se ouvir
falar em contratos vitalícios entre empregador e empregado ou estabilidade — cenário que
aponta a necessidade de profissionais com perfil para a “empregabilidade”.

O termo não chega a ser moda na mídia, mas já vem conquistando espaço nos diálogos
universitários e nas grandes corporações. Trata-se de uma série de atributos que conferem
diferencial ao profissional — como autonomia, pensamento sistêmico, autopercepção,
automotivação, capital intelectual, capacidade de análise social, visão de futuro e habilidade
interpessoal. Ou seja, a empregabilidade pressupõe características que extrapolam a formação
universitária — o domínio de conhecimentos técnicos e a exibição de habilidades específicas
na área de atuação profissional.

Hoje é possível verificar, no mercado, a configuração de uma demanda crescente por
profissionais que saibam gerir a própria carreira, responsabilizando-se pelo seu
desenvolvimento e pelo planejamento da sua trajetória, e, além disso, sejam flexíveis e
criativos no relacionamento com as equipes de trabalho, falem outros idiomas, tenham vida
pessoal equilibrada e encarem grandes mudanças como oportunidades para crescer.
Essa tendência tem tudo para se tornar irreversível, tendo em vista que convém ao
empregador, consolidando, cada vez mais, a gestão de recursos humanos com ênfase em
resultados e diminuindo a responsabilidade da empresa quanto à trajetória pessoal do seu
empregado — que assume, por autonomia, o risco e o compromisso de empreender novos
percursos na sua área, preparando-se, continuamente, para novos desafios, seja pelo
networking, seja investindo na sua formação superior. E aí situa-se o papel da Universidade —
de investir na formação de cidadãos e profissionais com perfil para a empregabilidade.

Por Amândia Maria de Borba, vice-reitora da Universidade do Vale do Itajaí (Univali)

Fonte: Assessoria de Comunicação e Marketing Institucional/ Univali - SC

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Prêmio Inovação receberá inscrições até 3 de julho

Prefeituras de todo o país têm até 3 de julho para inscrever as experiências inovadoras em
educação que concorrerão ao Prêmio Inovação em Gestão Educacional. Os dez projetos
vencedores da terceira edição do prêmio terão financiamento para a capacitação de dirigentes
municipais. As experiências, desenvolvidas pelos órgãos gestores de educação municipal,
devem estar em vigência e apresentar resultados, por meio de indicadores. Em 3 de julho,
data-limite para a inscrição, é fundamental que tenham no mínimo 18 meses de
implementação.      
 
Cada município pode cadastrar até quatro experiências, desde que cada uma represente uma
área temática diferente — gestão pedagógica; gestão de pessoas; planejamento e gestão;
avaliações e resultados educacionais. Serão escolhidos 20 projetos, cinco por área, para
avaliação in loco. Os demais pré-classificados passarão a fazer parte de um banco de
experiências.

Os municípios premiados nas edições de 2006 e 2008 podem concorrer, desde que
apresentem novos projetos. A meta da premiação é estimular os municípios a desenvolver e
divulgar experiências que contribuam para o alcance das metas do Plano Nacional de
Educação (PNE) referentes à educação básica.

Ao final do processo, dez experiências serão premiadas. Cada município vencedor receberá
placa, certificado e o financiamento para a capacitação de dirigentes. A solenidade de entrega
da premiação será realizada em Brasília, em data a ser divulgada. O resultado sairá no Diário
Oficial da União e na internet.

As inscrições devem ser feitas na  página eletrônica do Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais (Inep).

Fonte: Assessoria de Imprensa do Inep

Prêmio Mulheres na Ciência recebe inscrições até 13 de maio

Jovens pesquisadoras de todo o Brasil que tenham concluído o doutorado até 1 de janeiro de
2005 e tenham pesquisas de excelência em Ciências Matemáticas, Físicas, Químicas,
Biológicas, Biomédicas ou da Saúde podem concorrer à edição 2011 do prêmio Mulheres na
Ciência do programa L'Oréal-ABC-Unesco
O prazo de inscrições termina em 13 de maio. As premiadas receberão bolsa em reais no .
valor correspondente a US$ 20 mil, para aplicar em suas pesquisas e participar de congressos
internacionais.      

O júri será composto por oito pesquisadores indicados pela Academia Brasileira de Ciências
(ABC), um representante da Unesco, um da L'Oréal, e será presidido por um membro da
diretoria da ABC. O programa vai selecionar até sete pesquisadoras.
As inscrições devem ser feitas no site  http://loreal.abc.org.br . No mesmo endereço
encontra-se o edital para consulta. A previsão é que o resultado seja divulgado em 9 de agosto
e a entrega do prêmio ocorra em setembro, em local e dia a serem definidos.

(Com assessoria de imprensa da ABC)

terça-feira, 3 de maio de 2011

PUCRS - Programa possibilita realização de curso na Espanha ou Estados Unidos

Estão abertas as inscrições para a segunda edição do Programa de Fortalecimento da
Fundação Pública na América Latina ,
patrocinada pela Fundação Botín. Alunos dos cursos de Economia, Administração, Direito,
História, Geografia, Ciências Sociais e Filosofia da PUCRS terão oportunidade de realizar um
curso de qualificação profissional na Espanha ou nos Estados Unidos. As bolsas são
oferecidas por meio do
Programa Ibero Americano de Fortalecimento Institucional
       .
  O procedimento pode ser feito até às 20h do dia 6 de maio e podem ser feitas no Núcleo de
Mobilidade Acadêmica da Pró-Reitoria de Extensão, sala 116 do prédio 15 do Campus
(avenida Ipiranga, 6681 - Porto Alegre). O curso ocorre de outubro a dezembro deste ano e
para participar é preciso ter entre 19 e 22 anos, ter de 50% a 70% dos créditos concluídos no
curso em que está matriculado, rendimento superior ou igual a 8 e domínio da língua inglesa
em nível intermediário.
Informações pelo telefone (51) 3320-3656 ou no site  www.fundacionmbotin.org .

Fonte: Assessoria de Comunicação Social - PUCRS / ASCOM

Enem e professores


Marco Antônio Silva - Professor de história, doutorando em educação pela UFMG
Em 2009, o ministro Fernando Haddad anunciou que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ocuparia um novo status no sistema educacional brasileiro. Universidades conceituadas como a UFMG curvaram-se rapidamente às solicitações do Ministério da Educação aceitando os resultados do Enem em substituição à primeira etapa do vestibular. Essa modificação no mecanismo de acesso às melhores universidades do país foi sem dúvida um importante passo na reestruturação dos currículos do ensino médio. As provas de vestibulares sempre tiveram peso no tipo de currículo praticado no ensino médio. Para manter bons índices de aprovação, muitas escolas eram forçadas a priorizar o conhecimento acadêmico desprovido de vinculação com as situações sociais, políticas, econômicas e culturais que interferem no cotidiano dos adolescentes. 

O modelo do Enem é compatível com outra abordagem dos conteúdos e do currículo escolar que já está em curso, ou pelo menos deveria, há mais de 20 anos. Desde 1990, representantes de mais de 150 países, inclusive do Brasil, reunidos na Conferência Mundial de Educação de Jomtien, na Tailândia, definiram novos parâmetros para a educação em todo o planeta. Obviamente, um novo paradigma exige uma mudança de concepções e hábitos de professores, gestores e
instituições. Isto inclui os que elaboram os exames de avaliação em massa que parecem ainda estar procurando um caminho mais sólido. Na lógica que orienta a confecção destes exames, que deve ser a mesma que direciona os currículos escolares, o conteúdo acadêmico não tem um fim em si mesmo. Esse conteúdo é tido como uma ferramenta para a compreensão consistente, crítica e coerente da realidade. Em outras palavras, a concepção de ensino alicerçada na memorização descontextualizada de conteúdos vem sendo substituída por testes que exigem dos estudantes um patamar cognitivo mais elevado de conhecimento: o letramento. Trata-se da condição intelectual adquirida por sujeitos que conseguem utilizar a leitura e a escrita de forma eficiente nos mais diversos contextos sociais. O indivíduo letrado não é apenas capaz de ler corretamente palavras e frases com seus acentos e símbolos de pontuação.
Para além disso, sabe utilizar-se da leitura para compreender melhor diversas situações presentes no cotidiano, como interpretar o manual de algum aparelho, uma tabela de voos nos painéis de aeroportos, um artigo jornalístico ou as cláusulas de um contrato. As habilidades de letramento, por sua vez, não são desenvolvidas exclusivamente em língua portuguesa. O letramento em matemática, por 
exemplo, é essencial para auxiliar na interpretação coerente e eficaz da infinidade de números presentes em nosso cotidiano como, as taxas de juros cobradas por instituições de crédito e bancos e os cálculos necessários para o planejamento do orçamento doméstico. 

Em disciplinas como a história, as habilidades de letramento são essenciais para o exercício da cidadania. O conhecimento do passado pode auxiliar na compreensão de inúmeras situações do presente, como o significado da comemoração da Inconfidência Mineira, do Dia do Trabalhado, da Semana da Consciência Negra, além da importância de utilizar a memória para uma escolha consciente dos nossos representantes no Legislativo e Executivo. É legítimo utilizar o Enem para fomentar mudanças na qualidade da educação. Entretanto, não teremos mudanças consideráveis sem investimentos na melhoria das condições de trabalho, remuneração e formação dos professores do ensino básico. Não há outro caminho para que tenhamos uma educação compatível com as necessidades e a grandeza deste país continental. A equipe que há mais de oito anos ocupa o Ministério da Educação precisa estar consciente de que trabalhar nessa direção é a sua verdadeira missão frente à nação brasileira.



Fontes:
Estado de Minas, 03/05/2011 - Belo Horizonte MG