Recrutamento | ||
Uma das empresas que mais investirão no Fundão é a GE. As obras do centro devem acabar até fins de 2012, com investimento inicial da ordem de US$ 100 milhões. O laboratório deverá empregar 200 pesquisadores e engenheiros. Segundo o presidente da GE no Brasil, João Geraldo Ferreira, a múlti vai começar a contratar em maio e quer encerrar o ano com 70 cientistas em atividade nas estruturas já prontas. Para recrutá-los, planeja atuar em três frentes: atrair doutorandos antes mesmo que terminem os estudos, selecionar pesquisadores em universidades e órgãos públicos e até repatriar brasileiros. Em abril, a GE abre um ciclo de palestras em 17 universidades. “Queremos nos aproximar das universidades e, a longo prazo, sugerir mudanças no currículo da graduação para atender a demandas específicas do nosso centro”, diz João Geraldo. O pré-sal é um dos temas de interesse da IBM, que dividiu seu laboratório entre Rio e São Paulo. A companhia definiu quatro áreas de pesquisa: recursos naturais, dispositivos inteligentes, sistemas humanos (que cuidará, entre outras coisas, de soluções para eventos como Copa e Olimpíada), e sistemas e serviços, cujo objetivo é melhorar a eficiência de todo tipo de serviço, do bancário ao de saúde. Anunciado em meados do ano passado, o laboratório tem 20 pesquisadores, mas a empresa pretende chegar a 100. Para liderar as áreas, a IBM repatriou brasileiros de seus centros no exterior. É o caso do geólogo Ulisses Mello, de 52, cuja equipe já trabalha, por exemplo, com a prefeitura do Rio para melhorar a precisão geográfica da previsão do tempo. Hoje a resolução é de 18 quilômetros quadrados. A meta é baixar para 2 ou 3 km². Assim, em vez de dizer genericamente que vai chover na zona sul, será possível especificar o bairro afetado e tomar medidas preventivas. “Talvez no futuro a gente consiga desenvolver algoritmos usando radar, sensoriamento remoto, para prever com antecedência de 48 horas chuvas ou risco de deslizamento.” O engenheiro Sergio Borger, de 45, é | outro repatriado. Está animado com as possibilidades criadas por eventos como a Copa. “Queremos fazer experimentos em estádios para ver como fornecer serviços de melhor qualidade.” Um dos focos é segurança. A IBM tem softwares que permitem identificar em vídeo pessoas específicas no meio da torcida. “Mas não é só isso. O ingresso pode ser a informação biométrica do seu rosto, por exemplo: pessoal e intransferível.” Perfil. O matemático Claudio Pinhanez, de 47, que voltou ao Brasil em 2008 para ajudar a montar o centro da IBM, ficou surpreso com a qualidade dos currículos recebidos, mas defende ajustes nos programas de doutorado. “O importante é trabalhar com universidade e governo para formar doutores com perfil voltado para a indústria. Tem gente com essa característica que hoje não se sente atraída pelo doutorado, que diz: ‘Não quero dar aula.’” As parcerias com universidades pesaram na opção da americana DuPont por Paulínia (SP) como sede do seu Centro de Tecnologia e Inovação, inaugurado em 2009 – USP, Unicamp e Unesp estão num raio de 180 km do laboratório. Vinte pesquisadores trabalham no CTI. Eles buscam promover inovação e gerar patentes nas áreas de polímeros, blindagens e biotecnologia. Natália Barros, de 26 anos, começou na empresa como estagiária, durante a graduação em Engenharia Química nas Faculdades Oswaldo Cruz. Foi estimulada pela DuPont a entrar no mestrado – já iniciado, na Unicamp. “O tema da dissertação é ligado ao que faço aqui. Assim, agrego valor ao mestrado e contribuo com a pesquisa da empresa”, afirma Natália, que desenvolve embalagens para alimentos. “O sonho de todo pesquisador é que sua ideia seja comprada por uma empresa e aplicada.” Aos 22 anos, o engenheiro químico Luiz Biazzi, recém-formado pela USP, já conseguiu realizar esse sonho. Está empolgado por ter seu nome no depósito da primeira patente desenvolvida integralmente no CTI – uma descoberta para o mercado sucroalcooleiro. “O trabalho na ciência | é muito difícil. Há muita incerteza, pois você não sabe se vai der certo sua pesquisa”, diz. Segunda maior empresa do Brasil, a Vale está criando centros de P&D para pensar como será a “mineração do futuro”. Vai instalar laboratórios em Ouro Preto (MG), Belém (PA) e São José dos Campos (SP), cada um focado em uma área: mineração, desenvolvimento sustentável e energia, respectivamente. Quer mudar o perfil de sua pesquisa, concentrada em atender a demandas imediatas das minas, como analisar o perfil do solo de um depósito de minérios. MIT. Quem está por trás da iniciativa é o ex-pró-reitor de Graduação da Unifesp, Luiz Eugênio Araújo de Moraes Mello, chamado em 2009 para dirigir o Instituto Tecnológico Vale. Para administrar as unidades, escolheu profissionais com doutorado no exterior. “A pesquisa a longo prazo envolve risco muito maior e não é possível ser feita nas estruturas atuais da Vale”, diz Mello, que pretende montar cursos de pós nos novos centros, para qualificar a mão de obra da própria empresa. Enquanto não vem a aprovação da Capes, faz convênios com universidades do Brasil e do exterior, como o Massachusetts Institute of Technology (MIT). “Sou ambicioso.” Noutra frente, a Vale tem feito parcerias com as Fundações de Amparo à Pesquisa de São Paulo, Minas e Pará para apoiar projetos com bolsas. Um dos beneficiados é o aluno do doutorado em Engenharia Elétrica na Federal do Pará Marcos Seruffo, de 27, que investiga diferentes formas de comunicação de dados em ambientes industriais – ou seja, vai aplicar o que desenvolveu em laboratório no mundo real das minas de bauxita. “Os resultados que obtenho são da Vale, pois ela é a fonte financiadora. Só podem ser utilizados com finalidade científica”, diz Marcos, que pretende perpetuar a parceria. “Ainda não sei o que vai acontecer depois do doutorado. Mas sei que farei parte de um pequeno contingente da população bastante assediado, tanto pela academia quanto pelas indústrias.” |
Coisas maravihosas da vida: observar a vida de Recife pelos olhos de Olinda comendo tapioca; colher sorrisos do folião com a alfaia na cintura ao som do Baquenambuco; (re)descobrir-me a cada momento que coloco os pés numa sala de aula; mergulhar no mar de possibilidades da pesquisa; estar com as pessoas que amo, mesmo que elas estejam momentaneamente distantes; ver a vida ora colorida, ora em preto e branco; ter fé e viver a VIDA!!! @luzdosolpe
terça-feira, 29 de março de 2011
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