sábado, 29 de janeiro de 2011

Profissionais de RH dizem como alunos de faculdades com resultados ruins na avaliação do MEC podem virar o jogo e vencer no mercado de trabalho




Profissionais de RH dizem como alunos de faculdades com resultados ruins na avaliação do MEC podem virar o jogo e vencer no mercado de trabalho
Rodrigo Gomes
RIO - Muitos recém-formados ou formandos de universidades que tiveram um conceito baixo no Índice Geral de Cursos (IGC) -- avaliação do MEC, divulgada na semana passada, que usa a nota do Enade e outros fatores para medir a qualidade dos cursos - agora têm uma preocupação a mais: diante do resultado, vai ser mais difícil entrar no mercado de trabalho? Infelizmente, a resposta é sim, segundo especialistas em recursos humanos. De acordo com eles, num processo de seleção, o peso do nome da instituição de ensino conta muito, principalmente para uma vaga de estágio ou trainee. - Isso é levado em conta porque, geralmente, esses candidatos ainda não possuem uma bagagem profissional, e, aos olhos do mundo corporativo, o aluno de uma boa faculdade já foi aprovado duas vezes: uma quando passou no vestibular e outra quando se formou, já que o grau de exigência nessas instituições costuma ser bem maior - diz Arnaldo Niskier, presidente do CIEE. SegundoConstantino Cavalheiro, diretor da Catho Online, muitas empresas antes de faz er seus processos seletivos já definem de quais universidades devem vir os presselecionados.

- Algumas instituições são mais conhecidas que outras em determinados cursos, isso leva alguns profissionais de recrutamento a prestar mais atenção nesses currículos. Além disso, algumas são, realmente, referência em determinadas áreas. Aí, o diploma faz a diferença. - afirma Cavalheiro. E se o estudante não conseguiu entrar numa universidade de nome, o que fazer, afinal? Os especialistas garantem que o mercado não está fechado, mas é preciso se dedicar muito. - Cursos de extensão, idiomas, desenvolvimento da capacidade de relacionamento com outras pessoas e intercâmbio no exterior são aspectos que valorizam muito o currículo e vão compensar essa desvantagem - orienta Jacqueline Resch,
diretora da Resch RecursoHumanos, acrescentando que um bom trabalho de conclusão de curso também pode ajudar.

O estudante de Jornalismo Frederico Portela, de 20 anos, concorda com Jacqueline. Ele estuda em uma das quatro instituições cariocas que tiveram a autonomia universitária suspensa pelo MEC por ficar abaixo da média no IGC - índice que monitora a qualidade dos cursos de graduação. - Minha faculdade não é uma instituição de renome. Para compensar isso, procurei fazer cursos, estudar línguas e me mantenho antenado lendo bastante. Isso foi o que me ajudou a conseguir meu atual estágio, para o qual tive que disputar a vaga com estudantes de instituições bem conceituadas - conta Frederico, afirmando que o Enade não é um bom sistema de avaliação das universidades. - A maioria dos estudantes boicota a prova - imagina.


Fonte:
> O Globo, 26/01/2011 - Rio de Janeiro RJ

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