sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Malvina quer reforçar pesquisa no Inep


Renato Deccache Nova presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anisio Teixeira (Inep), a professora Malvina Tuttman pretende, em sua gestão, reforçar a atuação do órgão na preparação de pesquisas e estudos na área educacional. Segundo a educadora, que era reitora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), esta é a atribuição básica do instituto e, por isto, precisa ser fortalecida. "O Inep tem a função precípua de diagnosticar a educação brasileira e, a partir destes indicadores, apontar caminhos para as políticas educacionais em nosso país. Esta é a missão com que foi criado o instituto, que precisa cada vez mais fortalecer esta função", comentou a professora Malvina. Em entrevista à FOLHA DIRIGIDA, concedida na última quarta, dia 19, o primeiro dia de sua gestão à frente do Inep, a educadora saiu em defesa do MEC, em relação às críticas que o órgão tem recebido em função dos problemas decorrentes da colocação em prática do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que teve seu resultado divulgado no último domingo, dia 23. Na ocasião, um dia antes do término das inscrições, ela disse que a equipe de técnicos do Inep estava atuando em conjunto com profissionais da Secretaria de Ensino Superior (Sesu), responsável pelo sistema de seleção, para resolver os problemas. "Houve, realmente, um acúmulo de usuários no início e o sistema ficou lento. E isto não acontece só no sistema que está sendo utilizado no Sisu. Teríamos outros exemplos de situações em que isto acontece", disse a presidente do Inep, destacando que o Enem, como qualquer grande projeto, passa por um processo de aperfeiçoamento.
"O que precisamos entender é que este é um projeto-piloto importante e que questões acontecem. O importante é saber que existem técnicos competentes que estão atuando no sentido de resolver as situações que são, imprevisíveis, algumas vezes", defendeu Malvina Tuttman. A educadora ressaltou ainda que o MEC está analisando os procedimentos adotados este ano para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Sisu para que, nas próximas edições, não ocorram os mesmos problemas. Segundo ela, esta será uma das principais atividades em que o Inep estar envolvido, no curto prazo. "Já me reuni com as equipes que são responsáveis pelo Enem e o importante é verificar o que está acontecendo para tomarmos as providências, avançarmos nestas questões e que estas fragilidades que acontecem possam ser superadas e acreditamos que estas já estão sendo superadas", comentou a presidente.

No processo de ampliação da vertente destinada à pesquisa, uma das orientações para o instituto deverá ser a de buscar uma aproximação maior com as diversas representações dos movimentos sociais. Segundo a professora Malvina Tuttman, outra meta será o diálogo maior com os vários segmentos que compõem o sistema educacional, como o Conselho Nacional de Educação, os conselhos estaduais, as secretarias estaduais e municipais de Educação, além de representações estudantis e entidades que atuam na educação do país. "Estes vários segmentos certamente podem contribuir com a visão da Educação dos lugares em que estes atores vivenciam. É importante escutar o que a representação estudantil espera, deseja e sugere, por exemplo. É importante ouvir e escutar, pois, algumas vezes, ouvimos, mas não escutamos", comentou a educadora, destacando que estas visões podem contribuir para uma avaliação mais ampla do que o Inep pode fazer.

"É importante esta visão do coletivo. É importante criar redes que possam compreender melhor a situação da Educação brasileira. E, mais do que compreender, apontar caminhos para as sérias questões que, apesar dos esforços dos últimos anos, e foram inegáveis estes esforços e a concretude de ações importantes que têm sido colocadas em prática em termos de Educação, agora mais estimulados pois sabemos que é possível avançar em termos de Educação." A proposta de reforçar a atuação do Inep no que tange a pesquisas e avaliações educacionais reforça os rumores de que estaria nos planos do MEC a criação de uma estatal específica para cuidar da realização do Enem. A ideia estaria, inclusive, em discussão entre integrantes do MEC e do Ministério do Planejamento. A criação da empresa seria uma resposta do governo às sucessivas falhas ocorridas após as mudanças no Enem e no processo de seleção para universidades e institutos federais de educação, a partir de 2009.

Fonte: Folha Dirigida, 24/02/2011 - Rio de Janeiro RJ

Um comentário:

  1. Aos pesquisadores de plantão!

    Vamos ficar atentos às oportunidades de inovação e empreendimentos colaborativos, sobretudo a partir da pesquisa.

    Acredito ser este um dos caminhos possíveis para as melhorias nas área de educação, com desdobramento político, social e econômico de nosso país.

    Ab,
    Luz Santos

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